sábado, 14 de janeiro de 2012

Uma prova de amor

Ontem passou no SBT o filme com o nome do post, confesso que ainda não o havia  assistido e confesso que estava ansiosa.
Perdi um filho com câncer e qualquer coisa relacionada a isso me provoca sentimentos contraditórios , sinto vontade de saber mais ,me aprofundar ao mesmo tempo sinto medo do sofrimento que isso possa me causar.
Assisti ao filme sabendo desde o começo que não seguraria as lágrimas e assim foi.
Nas horas em que a personagem estava mal chorei de alívio por meu filho não ter chegado a sofrer tudo aquilo. Nas horas que ela estava bem chorei de tristeza por tudo aquilo que ele não viveu!
O filme fala do direito de partir, de não alongar o inevitável, de morrer com dignidade.
Nunca fui a favor da eutanásia, acho que nem sou! Mas também nunca pensei muito no assunto.
No caso do filme e também no caso do meu filho não se tratou de desligar um aparelho, mas de se negar a procedimentos que alongariam a vida sem sobretudo torna-la melhor.Ela rejeitou o transplante e ela tinha esse direito!
Os médicos do meu filho não o levaram para a UTI, não quiseram nem mesmo usar o aparelho que faria o coração dele bater novamente!  Na hora me revoltei mas me foi explicado que o coração talvez voltasse a bater, mas por quanto tempo? Algumas horas, talvez um dia ou dois ,não mais que isso!
Era justo aumentar o sofrimento do meu filho só pra que eu tivesse algum tempo a mais com ele? Que mãe eu seria ao preferir o sofrimento dele ao meu?
Deixa-lo partir doeu mais do que tudo na minha vida.Não exigi o aparelho.E ele finalmente descansou!
E eu? Não sei, sigo a vida.Mas tenho certeza que quando chegar minha hora quero ter a dignidade de ir ao encontro do meu bebê sem que os médicos me segurem aqui!
Morrer é tão natural quanto nascer! E devemos aprender isso!

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